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Histórias de todo dia

“(…) Passo pelo jardim, cheiro de terra e areia molhada, gravetos e brinquedos de madeira espalhados pelo chão. Antes de ir embora, vou até cozinha: “Maria do céu, esqueci meu pirex de vidro, trouxe bolo de banana na festa das famílias e acabou ficando aqui na cozinha”. “Ah, já está lá na frente. Eu vi e deixei lá pra você não esquecer de novo”, me diz Maria. E o cheiro do feijão continua enchendo meu coração, tenho vontade de ficar ali, puxar uma cadeira e contar pra Maria que daqui uns dias vou viajar, que ando meio cansada, que a Bia aprendeu a fazer birra. Tenho vontade de pedir um café e perguntar como anda a vida dela. Mas aí me lembro que tô atrasada e que o tempo passa rápido demais para quem gosta de uma boa conversa, como eu.

Saio dali com uma sensação familiar e me dou conta de que a casa parece muito a casa da minha avó. Até as canecas de café são as mesmas. Me emociono, que saudade da dona Tchuca.

Que bom que existe a saudade pra mostrar pra gente que a vida foi vivida e sentida de verdade. Essa mesma saudade eu já sinto antecipadamente, é um pouco da saudade que minha filha vai sentir quando crescer e for embora da cabana a voar por outras escolas. Que bom poder deixá-la todos os dias num lugar que tem as melhores coisas do mundo pra ela. Afinal de contas, eu não conheço nada mais importante pra infância do que uma casa com terra molhada no quintal e cheiro de feijão saindo da cozinha.”

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Trecho de uma linda história compartilhada com nossa equipe pela Cauana, mãe da Beatriz.