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Processo de adaptação

Quando recebemos uma criança nova, recebemos toda uma família! Por isso, nossa adaptação é encarada como um PROCESSO – as vezes longo, as vezes curto, as vezes sofrido, outras vezes nem tanto. Afinal, deixar um filho aos cuidados de uma outra pessoa não é coisa fácil.

Este momento requer muito acolhimento e uma aproximação entre os educadores e os pais (ou aquele que vier fazer a adaptação). Num primeiro momento o educador se aproxima da família, como se recebesse uma visita em casa, conta como as coisas acontecem, convida a família para participar da rotina juntamente com o filho. .
Neste momento a família tem oportunidade de conhecer bem de perto a rotina da casa. Começa a “mamãezar” o lugar (termo utilizado por Dolto – psicanalista infantil), começa a fazer parte também daquele contexto. Não é raro chegar aqui e encontrar um pai ou uma mãe lavando uma louça, auxiliando na arrumação. .
Quando se sentem seguros o suficiente para se despedir do filho, despedem-se e vão embora. Isso pode demorar 2 dias, … 1 mês… Cada família vive seu momento à sua maneira. As vezes os pais precisam de uma palavra de auxílio, esclarecimento ou simplesmente uma autorização.

Tudo isso requer tempo e nada precisa ser feito às pressas, principalmente quando a criança está frequentando o espaço social pela primeira vez.

Mas, e a criança? Como todo este processo acontece para ela?

Já contamos aqui que a família acompanha a criança, sem ficar em salinhas separadas 😉
Na perspectiva da vivência da criança, a adaptação aqui na Cabana acontece em 3 etapas:

ESPAÇO FÍSICO- Num primeiro momento, tudo é uma grande novidade! A sala com seus recursos de brincar, a possibilidade de ir e vir, a possibilidade do desenvolvimento da autonomia. Tudo precisa ser reconhecido. Nestes primeiros dias, é muito difícil conseguir um olhar desta criança, pois seus olhos e corpo estão para o ambiente físico. E, com a ajuda dos seus pais, que nomeiam os objetos para ela, pouco a pouco essa espécie de ansiedade motora logo se estabiliza.

O EDUCADOR DE REFERÊNCIA- num segundo momento, que poderá ser no segundo dia, ou na segunda semana, o educador de referência já consegue se aproximar um pouco desta criança. Até então, esse educador estava em conversa constante com a família para que o primeiro laço seja estabelecido entre os adultos. É importante deixar claro que esta aproximação não pode ser forçada, do tipo “vai filho, vai no colo de fulana”, pois a criança poderá sentir que a “fulana” (educadora) está querendo raptá-la de seus pais, o que não é verdade, não é mesmo? 😊

AS OUTRAS CRIANÇAS- última e tão esperada etapa da adaptação! A interação com outras crianças. Não raro os pais perguntam: “e aí, ele já está brincando com as outras crianças?”. Esse processo normalmente é o mais demorado, principalmente com as crianças entre 1 e 3 anos. Quando elas se sentem seguras o suficiente; já conhecedoras do espaço físico e dos adultos a quem pode solicitar ajuda se necessário; quando já estão “de casa”, como costumamos dizer. Aí sim, elas se entregam para o brincar em conjunto.

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